Se em Pierce a iconicidade de um signo provém de uma relação de semelhança com o objecto, para o Grupo μ este fundamento, por si só, é insuficiente dado que aquilo que o suporta é uma concepção empírica do objecto como coisa real que se impõe à nossa percepção independentemente, da nossa razão. Estes autores defendem que o referente/objecto é algo que é sempre culturalizado e portanto não existe em si como se pode inferir pelas teses de Pierce. Uma definição de signo icónico deverá obrigatoriamente ter em conta este facto
Estrutura e funcionamento do signo icónico

Para os autores do Grupo μ o signo icónico apresenta uma estrutura em que entre cada par dos seus três elementos constitutivos se estabelece um conjunto de relações bilaterais
Significante
É um conjunto modelizado de estímulos visuais. É uma ocorrência singular do tipo. Os traços do significante permitem associá-lo ao tipo. Como ocorrência singular possui certas características físicas e espaciais. Mantém com o referente um conjunto de relações, as relações de transformação. Estas ocorrem sempre que se percepciona ou se emite um signo.
Tipo
É uma categoria, uma representação mental cujas características são conceptuais, trata-se pois de uma abstracção. É um modelo interiorizado e estabilizado que garante a equivalência entre duas singularidades: a do referente e a do significante.
Referente
É um objecto singular pertencente a uma classe de objectos. É, tal como o significante e ao contrário do tipo, um elemento com características físicas e espaciais. Esta característica comum entre referente e significante é designada pelos autores como comensurabilidade. A propriedade de ambos serem mensuráveis possibilita que se produzam entre eles determinado tipo de relações, as relações de transformação, que podem ser relações geométricas, analíticas e ópticas, as quais fundamentam um determinado grau de conformidade mútua.
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